Sentir zanga ou raiva (ou qualquer outra emoção) não é errado nem certo. 

Aprendemos erradamente a pedir desculpa pelas nossas emoções.

Será que precisamos de pedir desculpa pela nossa zanga?

Educar para uma agressividade saudável passa por entender que a agressividade é para ser colocada na relação, não no outro, não em nós.

Um exemplo de resposta, que valida a emoção e promove agressividade saudável pode ser:

“Não peças desculpa pela tua zanga. É legítimo o que sentes. Parece-me que o que queres é pedir desculpa pela forma como colocaste a tua raiva. Gritaste e atiraste o brinquedo contra a janela com muita força”

Consegues reparar na mudança de abordagem?

“Ela é tão dócil”.
Ouvi isto muitas vezes e acreditei que era uma coisa boa de se ser.

Durante muito tempo, fui reconhecida por ser dócil, ponderada, discreta. 

Nada contra, se isso refletisse, de facto, a minha experiência interna. Só que não.

Poucas vezes alguém se perguntou (reparou ou me perguntou): “Ana, estás zangada?”

Senti raiva muitas vezes mas ficou vestida de docilidade e tristeza.

Eu própria não sabia identificá-la.

A verdade é que, quando não encontramos caminhos saudáveis para a agressividade, ela não desaparece.

Vai-se acumulando.

Hoje, estou a aprender a estar com essa força vital, sem medo, sem congelamento, sem calar só para não incomodar.

E tu, que espaço tens dado à tua agressividade?


 
 
 

Abraço sereno,

Ana Higuera

 

Próximo
Próximo

Sinto raiva, mas não quero magoar ninguém