Carta para as mães em luto 🖤 O amor que não morre.
Querida mulher e mãe,
Esta carta nasce da intenção de oferecer espaço, escuta, empatia e acolhimento.
Recebe-a como um gesto de aproximação por ti e pela tua experiência.
Talvez não consigas abrir o coração a estas palavras. Talvez estejas com medo de tocar algo que dói.
Não precisas de o fazer agora.
Peço-te apenas que olhes para estas linhas como um conjunto de pedras preciosas depositadas numa caixinha especial.
Tens o direito de escolher qual delas te cativa.
Tens o direito de escolher qual queres levar contigo.
Sendo que, a partir de agora, essa caixinha te pertence.
Podes fechá-la e abri-la noutro momento.
Esse direito à escolha é teu, mesmo que a vida pareça tê-lo arrebatado das tuas mãos naquele dia em que perdeste quem mais amavas.
Esta carta é para as mães que perderam os seus filhos ainda no ventre.
Para as mães que os viram nascer sem vida.
Para as mães que os viram morrer nos seus braços, cedo demais.
Para as mães que tiveram de interromper uma gravidez, divididas na sua decisão e de coração destroçado.
Para as mães que acompanharam a doença de um filho até à morte.
Para as mães que foram abaladas por um evento catastrófico e repentino, que lhes arrebatou a vida do filho.
Para as mães que perderam um filho ainda vivo: por alienação parental ou por outra situação difícil de explicar.
Para as mães que perderam a ideia do filho que queriam ter e lidam, dia após dia, com um filho cujas condições são difíceis de testemunhar.
Para as mães que gostariam de ser mães e andam a tentar há tanto tempo.
Para todas nós, que vivemos um luto. Que amamos na ausência. Que estamos cheias de amor para dar.
🖤
Encontro-me em frente à Catedral de Santiago de Compostela. Estão uns 13 graus. O sol ilumina a catedral, algo tímido, mas presente.
Choveu imenso durante a noite e a madrugada, uma chuva torrencial.
Pensei que hoje seria difícil estar cá fora. Fui surpreendida pelo sol, e por tanta gente em peregrinação, neste dia 1 de novembro, dia de Todos os Santos.
Estas linhas surgem de forma tão orgânica que não me vou preocupar em limitar as palavras. Já intuía que seria preciso tempo para ler esta carta.
Por isso, coloca-te confortável, num lugar seguro, escolhe uma música como companhia e anda comigo.
Nestes nove anos de luto pela perda do meu filho Lourenço, fui aprendendo algumas coisas, fruto do meu próprio processo e do privilégio de acompanhar tantas outras mães nos seus lutos.
E provavelmente nada do que escreva aqui te soe como novo. Mas talvez haja coisas que esqueceste pelo caminho, e estas linhas possam hoje lembrar-te algumas delas.
Ou talvez te sintas vista, ouvida e compreendida… e isso, por si só, já vale tanto.
Passaram pelos meus olhos e ouvidos muitas mulheres em luto. Perdi a conta a tantas histórias, e há nomes que ficaram.
Vou mencionar alguns deles. Caso o teu nome não esteja nesta lista, responde a esta carta e deixa-me saber.
Provavelmente já nos cruzámos, e quero muito lembrar-te e lembrar-me de ti.
Ana, Alexandra, Carla, Catarina, Isabel, Liliana, Patrícia, Lúcia, Vera, Maria, Marta, Luísa, Marisa, Inês, Olga, Maria João, Carolina, Francisca, Idalina, Sónia, Paula, Marília, Elisabete, Susana, Melanie, Estela, Manuela, Vânia, Lia, Diana, Cláudia, Renata, Sandra, Cristina, Joana…
E todas aquelas que, generosamente, foram partilhando comigo as suas histórias de amor.
Esta carta é para todas nós.
🖤
Trago-te algumas das minhas aprendizagens, feitas na dor e no escuro, na travessia mais complexa que jamais imaginei viver.
Faço-o com a humildade suficiente para reconhecer que a minha dor não é mais difícil do que a tua.
Ambas existem tal como são.
Ambas são dignas de compaixão e acolhimento, tal como são.
🖤
Primeira. Há silêncios que doem. Há outros que salvam.
Perder um filho é entrar no poço mais fundo da vida. É colocar em causa o mundo, as pessoas, a fé. É viver a ausência de respostas.
Para alguns, é deixar de ouvir o choro, a voz, o barulho de quem amamos.
Para outros, é nunca ter ouvido sequer um choro ou um “mãe”.
É deixar de receber mensagens, beijos, reclamações…
E esse silêncio que nos visita é tão ameaçador e dilacerante que se sente no corpo: rigidez, falta de ar, peito apertado, enxaqueca, desconexão, fraqueza, irritabilidade, desesperança.
Tantas formas de sentir o silêncio e todas cabem no luto.
Há o silêncio de dentro, o que pergunta e não responde.
Há o silêncio dos mais próximos, que não sabem o que dizer e, na tentativa de consertar, calam.
Há o silêncio dos amigos que se afastam, presos na sua impotência por não saber o que fazer com a nossa dor.
Há o silêncio da sociedade, dos espaços comuns onde ninguém nos oferece nem um olhar compassivo, um abraço gentil, uma frase apaziguadora.
Há o silêncio de Deus.
Há o silêncio de quem morreu.
Há o silêncio de quem cala a sua perda, o seu luto, de quem não encontra lugar para falar, para dizer o que sente ou precisa.
Há o silêncio da culpa, da vergonha, do medo de ser julgado, de não ser compreendido.
Procuramos desesperadamente sinais: uma pena, uma borboleta, uma nuvem em forma de coração, uma pedra na praia, um sussurro no ouvido…
E o silêncio continua presente.
Mas há outro silêncio, o que cura.
O silêncio que traz um raio de luz e nos lembra que a esperança não é sobre certezas, mas sobre crer na dúvida. É sobre esperar pelos sinais no seu tempo. Pelas respostas quando estivermos prontos para as receber.
Há também o silêncio das pessoas que aparecem na vida, de repente, e ocupam um espaço especial. Elas sabem guardar o silêncio das palavras que magoam, que moralizam, que distraem.
Essas pessoas trazem uma qualidade de silêncio diferente: a presença que aconchega e devolve esperança.
Há o silêncio de dentro, que não procura respostas, esse só sente, pergunta e sente de novo.
Há o silêncio das músicas que se tornam mantras. Hinos do luto.
Há o silêncio dos livros que conseguimos ler e ajudam a arrumar esse caos interno.
O silêncio das paisagens, das fotos, dos cadernos e das lágrimas que lavam a alma.
Ao longo destes 9 anos de luto, aprendi a identificar os silêncios saudáveis. Esses que me nutrem. Que sossegam a minha alma.
Encontro-os em conversas com certas pessoas, em rituais, nas minhas preces.
Em lugares que curam. E, sobretudo, nas decisões que me permitem cuidar de mim, como cuidaria do Lourenço.
Levou-me muito tempo, muitas quedas, muitas discussões com a vida, com Deus, com os outros, compreender que preciso dos meus silêncios para caminhar este luto. E assumir a responsabilidade de cuidar deles, como cuidaria do Lourenço, tem sido uma das minhas maiores conquistas.
Para ti, mulher que me lês agora:
Existem esses silêncios na tua vida, os que te reconfortam e apaziguam?
Como poderias nutri-los e encontrá-los com mais frequência?
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Segunda. Há um antes e um depois. Só assim faz sentido a travessia do luto. Não pode ser em vão.
Nove anos de mãe enlutada. Não sou a mesma, como poderia ser? Se todas as camadas da minha existência desabaram quando o meu filho morreu.
A morte de um filho fragmenta a vida em dois.
De repente, torna-se ainda mais difícil enfrentar a tão temida pergunta: quem sou eu agora?
Existimos enquanto somos vistos por outros. Existimos na relação. Não fôssemos seres biologicamente criados para vincular, poderíamos dizer que somos os mesmos.
Mas perder um filho é mudar de pele. De olhar. De tudo.
A forma como percebemos o mundo, as relações e os desafios muda por completo.
E, ainda assim, há um pormenor essencial: nem todos estamos prontos, no mesmo tempo, para integrar essas mudanças na nova vida que somos chamados a viver.
Alguns ficam agarrados ao velho conhecido porque o desconhecido assusta. Nada de errado. É o corpo a proteger-se, elegantemente, daquilo que ainda está por ser descoberto.
Aprendi que amar a minha nova versão é caminhar com mais leveza, curiosidade e esperança pelos caminhos que ainda vou trilhar.
Aprendi que ser gentil com o processo de despir o velho e acolher o novo é fundamental para não me culpar na tentativa de ser aceite e amada como sou.
Por essa mudança fragmentadora, é normal a sensação de estarmos perdidas.
É normal a procura de novos ambientes seguros, novas comunidades, novos espaços. De novas leituras, retiros, rituais, conversas.
É também por essa mudança interna que começamos a sentir incongruência em certos lugares, trabalhos ou relações, porque algo em nós pede espaço para existir no luto.
E, se o nosso corpo interno estiver muito apertado, essa mudança pode rebentar com os limites, com as relações à volta, com as crenças e até com a fé.
Eu senti os efeitos desse rebentar de águas interno. Uma revolta imensa que nem eu conseguia explicar, uma lava que levava tudo à frente. E, ao mesmo tempo, me deixava exausta e ainda mais perdida.
Não somos as mesmas.
E aceitar que algo em nós mudou, que algo em nós grita por mais autenticidade, verdade, leveza, harmonia, empatia, é absolutamente necessário.
Diria até: transformador.
Para ti, mulher que me lês agora:
Tens sentido os efeitos desse antes e depois?
Como seria se houvesse espaço para transitar essa mudança com segurança e companhia, sentindo-te vista e legitimada no teu sentir?
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Terceira. O luto desperta uma maior conexão com o desconhecido, com algo maior.
Podemos chamar-lhe propósito, missão ou simplesmente significado.
Fruto do silêncio, da mudança interna, da necessidade de reorganizar a vida e entender como continuar a viver nela, nasce uma ponte para algo maior.
É como se, no fundo, soubéssemos que o luto é um fio invisível que nos une a tantas outras pessoas, que também merecem ser vistas e escutadas.
Não é por acaso que, após o luto, surgem associações, projetos, livros, podcasts, causas sociais, novas atividades profissionais, novos filhos (biológicos ou simbólicos).
Surgem novas formas de vivenciar as relações, a parentalidade, a espiritualidade.
Novos comportamentos, intenções e rituais.
Algo em nós sabe-se cheio de amor por dar.
Tanto, que o coração não conseguiria contê-lo sem criar pontes para outros corações e outras almas.
A ciência chama a isso crescimento pós-traumático.
Eu chamo-lhe missão.
Essa missão pode permanecer escondida, confusa, difícil de aceder. Para alguns, torna-se clara. Para outros, demora a revelar-se.
O que o meu luto me tem ensinado é que, quanto menos procuro encontrá-la, mais facilmente ela se apresenta.
A missão tem mudado ao longo destes nove anos. Ainda fico confusa, sem saber se é por aqui… Mas sigo o caminho, mesmo com nevoeiro. Quanto mais caminho, mais descubro.
Como no Caminho de Santiago: o peregrino suporta as dores, o peso da mochila, a chuva e o cansaço, e ainda assim sente gratidão por cada passo, paisagem e pessoa que encontra porque sabe que, lá à frente, algures, está o destino.
Cada peregrino procura algo, e é na chegada que percebe que valeu a pena o caminho.
Por isso, querida mulher, seja qual for o lugar onde te encontres: eu vejo-te. Vejo-te na fragmentação, na confusão, na tristeza. Vejo-te com todo esse amor por dar. Vejo-te a renascer das cinzas.
E digo-te: não estás sozinha.
Para ti, mulher que me lês agora:
Tens sentido esse chamado ou conexão com algo maior?
Se sim, como alimentas essa chama?
Se ainda não, lembra-te: ao teu tempo, o caminho tornar-se-á mais claro. Continua a tua caminhada com fé.
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Quarta. A morte leva coisas, só não leva o amor.
Já me deves ter ouvido dizer isto.
A morte do Lourenço levou uma parte de mim que vive lá em cima e, ao mesmo tempo, a sua presença lembra-me que o amor vive em mim.
Que sou amada por ele.
Que há algo que me guia, mesmo sem eu saber explicar.
O luto tem-me ensinado que a relação com o meu filho continua viva. Veste uma nova pele. Habita outros lugares. Transcende o espaço físico e não se explica.
São tantas as histórias que ouvi de mães sobre os sinais dos seus filhos: músicas, objetos, coincidências, conversas, encontros inesperados, milagres pequenos, eventos improváveis. Tudo isso me faz acreditar que os nossos filhos nunca morrem.
Como me disse uma vez a minha filha: “Mãe, os meus amigos não acreditam que as pessoas que morrem continuam vivas.”
Enquanto me permito acreditar nisso, encontro espaço para falar sobre a vida e a morte, para escutar outras histórias de amor, para honrar a vida do meu filho a minha, de mãe enlutada.
Aprendi a reclamar os meus direitos: o direito à escolha, à dignidade, ao silêncio, ao amor, à liberdade, ao crescimento interior.
A morte não leva o amor.
Pelo contrário, o luto existe porque existiu e continua a existir amor. Tanto amor que dói.
Para ti, mulher que me lês agora:
Lembra-te — o luto existe porque continuas a amar, e amarás até à eternidade.
Que práticas, momentos ou gestos te permitem sentir essa ligação viva com o teu filho?
Que sinais se têm apresentado a ti, mesmo que pequenos?
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Quinta. O luto é uma linguagem do amor.
Se a morte não leva o amor, então o luto é, em si mesmo, uma forma de o expressar.
E, como qualquer linguagem nova, exige de nós presença, exposição e prática.
Cada um de nós fala o luto com o seu sotaque. Com frases preferidas e silêncios próprios. Não há certo nem errado, há apenas formas diferentes de o viver.
O que aprendi é que precisamos de tradutores para que a nossa linguagem do luto se possa encontrar com a do outro, com respeito e espaço.
Não é por acaso que tantos casais se afastam depois da morte de um filho.
Somos chamados a reconstruir a identidade, a vestir uma nova pele. E é natural que, nesse processo, os caminhos por vezes se desencontrem.
Compreendo essas dificuldades. Eu própria atravessei crises profundas na relação com o meu marido, com a vida, com Deus, comigo mesma, com os meus filhos.
Com muita autocompaixão, volto a mim e lembro-me: estou no caminho de juntar as peças estilhaçadas, a renascer. E, comigo, vou convidando quem me rodeia a fazer o mesmo.
Desejo que o tradutor do luto nos ajude a encontrar espaços de conexão e também lugares que queremos proteger e resguardar.
Amor com limites.
Luto com limites.
Para ti, mulher que me lês agora:
Como tens comunicado o teu luto?
Que tipo de tradução tem sido necessária para que o amor e a dor possam coexistir nas tuas relações?
🖤
Sexta. No luto de um filho cabem muitos outros.
Perder um filho é perder muito mais do que isso.
Há quem perca a identidade de mãe.
A identidade de esposa.
A de filha, irmã, tia, amiga.
Há quem perca o rumo,
a profissão,
a saúde,
a estabilidade,
a autoestima,
a esperança,
a fé.
Há quem perca o companheiro.
Os amigos.
A vitalidade.
A perda de um filho traz consigo muitos outros lutos, por vezes invisíveis, incompreendidos ou silenciados.
Lutos que ficam guardados por baixo da pele, à espera do momento certo para serem vividos.
Aprendi que é avassalador tentar viver todos os lutos ao mesmo tempo. Não há corpo que aguente.
Ficamos tão esvaziadas e com o peito tão apertado que se torna impossível encerrar tantos ciclos de uma só vez.
A paciência é uma boa amiga nesta travessia. O saber esperar. O acreditar que o tempo virá.
Se neste momento reconheces em ti vários lutos, lembra-te: nem todos precisam ser vividos agora.
Escolhe o que pede mais cuidado neste momento e oferece-lhe o teu tempo e a tua presença.
Para ti, mulher que me lês agora:
Que lutos paralelos tens identificado em ti?
Como poderias cuidar de cada um deles com mais gentileza, sem pressa e sem culpa?
🖤
Sétima. Vai doer, sempre.
Alguma vez li que com os anos a dor diminui. E talvez tu tenhas ouvido o mesmo.
Mas sabes algo?
Há momentos, certas datas, certas memórias, em que a dor regressa como se fosse a primeira vez. Como se eu estivesse de novo lá, em 2016.
E, sabes mais?
Continuo a precisar desses momentos.
Há músicas que invoco para poder chorar. Há fotos, textos e lugares que visito para poder chorar. E dói. No peito, no coração, nos poros.
Uma mãe em luto disse-me uma vez que, apesar de muita terapia, ainda tinha dias de choro compulsivo. Compreendo-a tão bem.
Talvez seja apenas o reflexo do amor que mora junto à mágoa, os dois de mãos dadas.
A minha avó perdeu um filho, atropelado aos sete anos. Secaram-se as suas lágrimas. Nunca a vi chorar e, ainda assim, a dor nunca deixou de morar nela. O seu silêncio era a maior expressão da sua dor.
Aprendi que não se trata de esperar que a dor acabe, mas de aprender a viver com ela, a transformá-la num espaço onde também cabe a saudade, a memória e o amor.
Para ti, mulher que me lês agora:
Que forma tem hoje a tua dor?
Há espaço em ti para que ela e o amor coexistam, sem pressa e com verdade?
🖤
Deixo-te em jeito de resumo, as 7 aprendizagens aqui:
Há silêncios que doem. Há outros que salvam.
Há um antes e um depois. Só assim faz sentido a travessia do luto. Não pode ser em vão.
O luto desperta uma maior conexão com o desconhecido, com algo maior.
A morte leva coisas, só não leva o amor.
O luto é uma linguagem do amor.
No luto de um filho cabem muitos outros.
Vai doer, sempre.
Querida mulher, se chegaste até aqui, obrigada.
Obrigada por te permitires estar presente com estas palavras e com o coração que tens hoje, com o tempo e o ritmo que são teus.
Que esta carta te sirva de companhia nos dias mais cinzentos e também nos dias em que a luz começa a voltar.
Que te lembre que o amor nunca morre, apenas muda de forma.
Que te lembre que o teu luto a ti pertence. E que as tuas aprendizagens são tuas.
🌿
Se estas palavras tocaram algo em ti, deixa o teu comentário no blog, partilha o que ressoou, o que te acompanhou na leitura.
Envia para outra mãe que precisa de ler isto hoje.
Ou, se preferires, escreve-me em privado. Quero muito escutar a tua história, com o mesmo respeito e amor com que escrevi esta carta.
Um abraço sentido, desta mãe em luto.
Ana

